segunda-feira, 28 de junho de 2010

UMA VERDADEIRA SALADA ELEITORAL!!!

Bom, começo dizendo que falta uma semana para o término do prazo das convenções partidárias que devem definir os candidatos as eleições deste ano. Há ainda algumas dúvidas no ar, tanto no que se refere ao rumo que tomarão certas forças políticas, como em relação as regras do jogo eleitoral. O TSE, por exemplo, ainda está por se definir a respeito da possibilidade das coligações partidárias destinadas para Governos Estaduais e Senado. O desenho preciso só será conhecido depois que pendências como essas estiverem resolvidas, mas o quadro geral das Alianças já está esboçado. E não é de simples compreensão. Falo que a dificuldade deriva exatamente daquilo que primeiro o define, o descompasso entre a lógica da eleição nacional, para presidente, e a das disputas nas quais interesses regionais têm peso decisivo. Daí decorre tensões e arranjos partidários esdrúxulos. Digo que em 2002 e 2006, procurou-se enfrentar o problema com a regra da verticalização, segundo o qual as alianças partidárias deveriam seguir os mesmos critérios, no plano da Federação e nos estados. Se valesse ainda para 2010, ao verticalização impediria, por exemplo, que o PMDB, coligado a Dilma Rousseff na esfera federal, pudesse se coligar ao PSDB nos estados, como ocorre em São Paulo. Apesar das boas instruções, a verticalização acabou se mostrando um instrumento a um só tempo draconiano e inócuo. Primeiro, porque engessou de maneira artificial e excessiva o jogo da política real. Desconsiderou diferenças regionais não apenas inevitáveis, mas também salutares para a democracia num país heterogêneo e com as dimensões do Brasil. Depois, pelo fato de a regra em nada ter contribuído para que os partidos ganhassem identidade programática a contornos ideológicos mais definidos. Se a verticalização produziu algum efeito positivo, foram diminuições de candidatos das chamadas legendas “Nanicas” que tendem a voltar a crescer neste ano. Concluo que, com ou sem essa regra, a espinha dorsal da política brasileira permanecerá frágil na ausência de reformas, anunciadas e postergadas desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Padecemos do excesso de partidos e de falta de representatividade partidária. O problema é menos a incoerência entre as alianças nacionais e estaduais e, muito mais, a fisiologia, a barganha de tempo de TV e a cultura patrimonialista, que definem os acordos eleitorais e prevalecem na composição da base de apoio ao governo eleito. Minha reflexão é que tudo isso se expõe agora de maneira didática, na aliança entre PTE e PMDB. Em nome dela, os Petistas apóiam Roseana Sarney ao governo do Maranhão e Hélio Costa ao governo de Minas Gerais. Também por ela, decidiram tolerar a candidatura de Geddel Vieira Lima contra o governador Jaques Wagner na Bahia. Defino dizendo que Lula impôs ao PT uma espécie de verticalização “na marra”, interessados, sobretudo, no tempo de TV. É mais uma vez o oportunismo eleitoral a atropelar programas políticos e realidades regionais, ok? PENSEM NESSA SALADA!!!

Adalberto do E.S. Alves – professor e pedagogo – 28 de junho de 2010.

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